Consumo doméstico do cereal está avaliado entre 12 milhões e 13 milhões de toneladas. Segundo o presidente da Embrapa, Brasil não considera o uso de transgênicos para produzir toda a necessidade de trigo do Brasil
A meta do Brasil de produzir toda a necessidade de trigo que consome no espaço de 10 anos não leva em consideração o uso de cultivos transgênicos, disse o presidente da empresa de pesquisa agropecuária Embrapa, Celso Moretti, à Reuters hoje (26).
As declarações de Moretti, dadas durante uma conferência internacional em São Paulo, ocorrem no momento em que a Embrapa testa o cultivo de uma variedade de trigo geneticamente modificada, resistente à seca. Ele ressaltou, porém, que o experimento ainda está em um estágio muito inicial.
Os testes com trigo transgênico estão sendo realizados no bioma Cerrado, que é mais seco e quente do que as áreas tradicionais de trigo, no Sul.
Nessa região, o uso da biotecnologia impulsionou exponencialmente a produção brasileira de soja e milho, colocando seus agricultores tropicais entre os mais eficientes do mundo.
“Transformamos o bioma Cerrado”, disse Moretti durante um painel de discussão hoje (26). “Adaptamos plantas e animais às condições tropicais. Isso aconteceu e ainda está acontecendo hoje”, acrescentou.
O plantio de uma segunda safra de trigo no inverno do Rio Grande do Sul e a expansão da fronteira do cereal no Brasil para o bioma Cerrado são os principais impulsionadores do crescimento da produção, disse Moretti.
Entretanto, ele não comentou sobre o experimento com trigo transgênico no Brasil Central, pois os resultados dos testes preliminares ainda não estão disponíveis e é necessário mais tempo para determinar o sucesso ou o fracasso do projeto.
O Brasil demanda entre 12 milhões e 13 milhões de toneladas de trigo em um ano, disse Moretti com base nas estimativas atuais de consumo doméstico.
Nesta temporada, a expansão significativa da área e a expectativa de maior produtividade ajudarão o Brasil a produzir um recorde estimado em 9 milhões de toneladas de trigo, segundo previsões do governo (Reuters, 26/7/22)
Fonte: Brasilagro