Os materiais plásticos – como também acontece com o papel, o vidro e outros – são produtos com utilidade relevante e essencial em nosso dia a dia, mas que também despertam uma necessidade maior pela sustentabilidade.
A sustentabilidade dos plásticos é viável, e está sendo cada vez mais discutida e aprimorada com novas pesquisas, resinas e métodos de processamento e tratamento. A indústria e o consumidor final compartilham algumas responsabilidades para que os plásticos possam ser destinados ao seu melhor uso, sem desperdício e com utilização mais segura.
Dentro desse cenário, surgem os 10 Rs da sustentabilidade de plásticos. Estes são 10 termos que podem nos orientar ao melhor aproveitamento dos materiais plásticos. Conheça-os a seguir!
1. Repensar
O ato de repensar se aplica a todas as necessidades relacionadas à sustentabilidade. Neste caso, repensar o uso de plásticos é algo compartilhado tanto pela indústria como pelo consumidor. Como reforçaremos ao longo deste artigo, não é necessário cortar ou excluir os plásticos para ser mais sustentável.
Repensar é o momento de avaliar hábitos de consumo, e principalmente para que a indústria avalie e otimize seus processos. Como aproveitar ao máximo as resinas disponíveis? Como evitar desperdício de insumos na produção? Este primeiro passo já adianta muitas das questões que surgem nos demais Rs da sustentabilidade de plásticos.
2. Recusar
Novamente, não estamos dizendo que o único caminho para a sustentabilidade é eliminando o plástico. Este material, na realidade, é extremamente valioso para uma série de embalagens seguras e eficientes, tanto para alimentos como para remédios, para eletrônicos e assim em diante.
O ato de recusar, no caso, é evitar o consumo daqueles materiais realmente desnecessários. A ideia também é recusar produtos e negócios com empresas descompromissadas com a sustentabilidade e a finalidade de seus materiais. Para as indústrias, segundo o Mestre em Ciências e especialista em polímeros Elias Augusto, é possível “recusar fechar negócios que propositalmente agridam o ambiente e propor uma opção mais amigável. Algumas alternativas podem ser melhores tanto para o planeta quanto para o bolso das empresas”.
Tudo isso é um reflexo, também, de como muitos consumidores pressionam as empresas por soluções efetivamente sustentáveis.
3. Reduzir
Reduzir o consumo dos plásticos é direcionar melhor nossas escolhas de consumo. Para a indústria, reduzir corresponde muito a um processo mais eficiente e com melhor aproveitamento das resinas e matérias-primas disponíveis. Reduzir também é importante no consumo de água e de energia elétrica, reforçando a importância de estruturar e otimizar toda a linha de produção.
4. Reutilizar
A reutilização e o reaproveitamento (será abordado no item 6) do plástico já estão integrados na rotina dos brasileiros. Sacolas de supermercado ganham novas utilidades dentro de casa, assim como embalagens de alimentos, tampinhas de garrafas etc.
Reutilizar é usar a embalagem ou produto plástico para a mesma finalidade. O principal exemplo disso são os refis de produtos, que já são adotados nas indústrias de alimentos e de cosméticos.
5. Reparar
O ato de reparar um produto é sustentável tanto para o ambiente como para o bolso. Consertar ou ajustar pode sair muito mais em conta do que comprar algo novo. Isso se aplica, por exemplo, no cuidado com o maquinário de sua indústria e até na manutenção de moldes.
6. Reaproveitar
Já o reaproveitamento é colocar o produto plástico em uma utilização diferente de sua função original. Vasilhames que viram vasos, sacolas de supermercado na lixeira e assim em diante, dando mais tempo de vida útil ao plástico e evitando o descarte.
7. Reciclar
A reciclagem do plástico já é reconhecida pelo consumidor e pela indústria. Quando o material não foi reutilizado ou reaproveitado (ou então depois disso), é interessante enviá-lo para reciclagem.
Reciclar é transformar o produto em material novamente, podendo ser aplicado na produção de novos itens. “Na indústria, é possível buscar por materiais reciclados que atendam as especificações e usá-los nos produtos que você fabrica”, explica Elias. Também é interessante pensar na logística reversa para oferecer ao consumidor a reciclagem de seus próprios produtos.
Neste ponto, é importante observar que seus produtos devem informar qual é a porcentagem de material reciclado presente no item. Além disso, nem todos os plásticos são recicláveis, e o material reciclado não atende todo tipo de demanda da indústria. Estes são elementos que devem ser muito bem avaliados em cada negócio.
8. Reaplicar
Dando continuidade à reciclagem, o ato de reaplicar é justamente voltar com essa resina para a linha de produção e assim criar produtos. Elias compartilha uma dica: reciclar as sobras e aparas do plástico para que voltem automaticamente para a produção das peças. “É uma maneira de reaplicar um plástico que seria descartado, sabendo inclusive, da sua procedência.”
9. Reintegrar
Talvez uma das maiores novidades nesta lista de sustentabilidade dos plásticos, o ato de reintegrar se refere a devolver os materiais e produtos plásticos para a natureza. Isso só é possível através dos biopolímeros, ou polímeros biodegradáveis. O principal papel da indústria, neste caso, é fortalecer as pesquisas e testar as soluções de biopolímeros para que eles cheguem ao mercado o mais cedo possível.
10. Referências
Para finalizar, o último R é de referências. A ideia é que, para obter as melhores informações e seguir com as melhores estratégias de sustentabilidade com os plásticos, é essencial buscar por referências e fontes confiáveis.
Como consumidor ou como indústria, é importante buscar por informações válidas e por pesquisas que ajudem a orientar as melhores práticas de sustentabilidade. No mundo dos negócios, também vale se especializar e compartilhar conhecimento sendo uma referência ao setor.
Dentro dessa expectativa de ser uma referência em sustentabilidade, o papel da indústria de plásticos – e qualquer outra! – também é divulgar suas realizações. “Não basta ter um produto que seja uma melhor opção ambiental e ninguém saber o porquê disso”, Elias destaca.
Fonte: mundodoplastico